Mário e Alex, S.A - Terroristas Biológicos

Hoje fui tratar do meu visto... Devo dizer que esperava uma coisa mais traumatizante, como perguntarem-me repetidamente se já alguma vez tinha ido aos Estados Unidos da América (como fizeram ao Hugo), à espera que se quebrasse a minha resistência psicológica e eu desatasse a chorar por não conseguir completar a minha jihad.

Mas não... Desta vez, o teste foi mais... como dizer... físico. Passo a explicar:
8h30 da matina, chego eu mais a minha coisa linda a pé à embaixada (sim, porque estacionar o carro lá perto é mentira, não vamos ter qualquer coisa pronta pra explodir com eles - agora por isso, aconselho a quem precisar de ir à Embaixada que lá vá de táxi!), e vamos para a frente de uma porta fechada. De um dos lados estavam 2 simpáticos PSPs com as suas metralhadoras, até que abrem a porta e vem um Securitas, de luvas de latex, chama primeiro a Alex e pede-lhe o BI. Depois pergunta qual o primeiro e último nome da mãe dela, a Alex passa no teste com distinção (ai a minha menina linda!...) e entra. A seguir sou eu: a mesma coisa... dou-lhe o BI, ele pergunta-me o último nome do meu pai, eu respondo "Neto" ao mesmo tempo que penso que ele não podia ter perguntado nada mais difícil (!!!), ele parece pensar o mesmo e pergunta-me o nome antes desse, eu respondo "Sousa" e ele lá parece convencido que o gajo da foto, com cabelo rapado na altura, sou mesmo eu.
Estamos então em frente ao detector de metais, esvaziamos os bolsos, e aí sim, acontece aquilo que me fez pensar como valeria a pena escrever este post - eu tinha umas pastilhas elásticas no bolso, e o meu Securitas diz-me naturalmente: "Olhe, vai ter de comer uma pastilha". Ao meu lado, o Securitas da Alex descobre-lhe um creme para as mãos na mala e diz-lhe: "S.f.f., ponha um pouco de creme nas mãos", depois depara-se com o gloss que ela também transportava e também lhe pede que o ponha ("basta um bocadinho"). Enquanto ela pensou que devia ter as mãos com um aspecto muito seco, e os lábios um pouco baços, eu pensei que devia estar a cheirar realmente muito mal da boca (é compreensível, tinha acordado havia muito pouco tempo).
Pensámos nisto sim, mas por brincadeira. Aquilo que logo nos ocorreu aos 2 foi o facto de assim se ter evitado que 2 terroristas equipados com sofisticadíssimas armas biológicas, escondidas em singelos objectos do dia-a-dia, pudessem ter provocado um brutal massacre na embaixada. Em vez disso, ou hesitaríamos em colocar em nós o creme, o gloss ou a pastilha, pelo que certamente seríamos imobilizados em 3 tempos, ou completaríamos a missão aplicando os mesmos, sofrendo assim uma morte horrível (auto-inflingida) antes de entrar em "solo americano". Brilhante!!!!

O resto devo dizer que decorreu com grande normalidade, e sem nada que mereça ser contado (ohhhhh!!).

Obrigado, ó senhores Securitas, por este momento inesquecível que assenta que nem uma luva a um escrito "blogal".